Ilustração:
Dil Marcio
Dona
Lua.
E
|
ra uma vez, numa
cidadezinha na serra, uma mulher que vivia sozinha e que estava sempre no mundo
da lua. Ninguém sabia de onde ela tinha vindo. Apareceu na casa do finado Seu
Leônidas, muito tempo depois dele ter ido desta para melhor. Seu Leônidas era
um homem misterioso, que não falava com ninguém. Nasceu e cresceu junto com a
cidade mas ninguém sabia da vida dele. Não tinha família, não tinha emprego,
não tinha ninguém. A casa em que vivia foi construída por ele e levou anos para
ficar pronta. Depois que morreu, do que, ninguém sabe, a casa ficou abandonada
durante muitos anos. Até que a mulher apareceu. Diziam que era filha de Seu
Leônidas. Outros diziam que era sobrinha. Outros, mais fofoqueiros, diziam que
era sua amante, que vivia em outro lugar. Dona Bianca, este era o nome dela,
passava os dias na varanda da casa, bordando um pano comprido, sem parar. Ia
até a venda da cidade para comprar linha e alimentos. Outra vezes, podia-se ver
Dona Bianca cuidando das plantinhas que ficavam na frente da casa.
Quando Dona Bianca
andava pela rua, os mais velhos ainda tentavam um “bom dia, boa tarde, boa
noite” mas Dona Bianca não falava com ninguém. Só com seu Elias, dono da venda,
que, depois de algum tempo, já deixava separada a compra de Dona Bianca para
evitar falar com ela. PARA CONTINUAR, CLIQUE AQUI E COMPRE SEU LIVRO!
Ótimo...Mano Ricardo, não sabia destes detalhes fantasmagóricos, a pesar de ter freqüentado aquele apartamento...Quanto a retrospectiva da velha Delgado; sensacional. Tenho caminhado regularmente por estas ruas. Não sabes quanta nostalgia me bate ao passar pelos nºs 50, 51, 52, 58 e 60...Tantas lembranças!
ResponderExcluirEspero que curta os textos que estarão postados por aqui e se puder contribuir, vai ser muito lega!
Excluir