Depois de um dia cansativo de trabalho, daqueles que você
preferia ter morrido a ter que enfrentar problemas sem soluções aparentes,
chegar em casa poderia ser um descanso. Cortinas fechadas, a casa às escuras, a
solidão como companhia. Corro ao pequeno bar sobre uma mesa improvisada, na
qual repousam diversas garrafas de bebidas. Olhar para elas era o mesmo que
olhar para as prostitutas do Bunnie Ranch. As garrafas se ofereciam cada qual
com sua potência alcoólica. Escolhi um Bourbon, para variar um pouco da vodka.
Sabia que o Bourbon não me caía bem, me trazendo uma ressaca forte no dia
seguinte. Mas para que se importar com a ressaca se na verdade eu queria mesmo
que o dia acabasse para sempre naquela garrafa? Meu estômago clamava por comida
mas achei prudente não saciá-lo para que o álcool chegasse mais rápido em
minhas veias. O primeiro copo desceu rápido, imediatamente provocando um torpor
na minha fronte. Tentei chegar até a cozinha para pegar umas pedras de gelo
para o próximo copo. Fazia calor e o álcool já começava a fazer com que gotas
de suor escorressem por minhas costas. Enchi o copo com gelo e completei com o Bourbon.
Era um Evan Willians Black, que ganhei de um vendedor de Kentucky. Lembro ainda
quando ele me disse: _ Quando você for “matar” a garrafa, lembre-se de seu
amigo aqui que conta com seu próximo pedido!” Matar a garrafa... o que eu
queria naquele momento era que ela me matasse. A segunda dose desceu mais
devagar. Eu já estava tonto, e pronto para uma nova dose. Copo long drink
cheio! Terceira dose e, sentado na poltrona, rindo de minhas desgraças e de
meus problemas, pude ver uma barata, daquelas que aparecem nas noites quentes
de verão, caminhando, no chão, em minha direção. Sóbrio já teria partido para matá-la,
assustado como ficamos todos ao vermos este asqueroso inseto. Porém, deixei ela
seguir o seu caminho. Chegando próximo de meus pés, ela parou. Suas longas
antenas ficaram estáticas e pude ouvir claramente sua voz: _Douglas! Douglas! LEIA ESTE E OUTROS CONTOS CLICANDO AQUI!
Eletrizante, Paul!
ResponderExcluirNão entendo como surgem essas idéias, como pode? Muuuuita criatividade!
Adorei!