domingo, 19 de abril de 2015

AINDA É TEMPO DE MUDAR PARA MELHOR


Quanto tempo faz que você não ouve uma sinfonia clássica? Quando foi a última vez que visitou um museu para ver obras de arte? E livros? Quantos você leu no último ano? Teatro? Quantas peças assistiu? As respostas poderão ser inúmeras. Desde “não gosto de música clássica”, até “não tenho tempo para ler”. As artes não existem por acaso. Elas são a expressão máxima do intelecto humano, que exacerbam a realidade transmitindo ao espectador, alguma emoção. Ao termos contato com a arte, deixamos que nossas emoções provoquem um florescer de sentimentos que dão polimento à rudeza de nossas almas. Se não fossem tão importantes, não seriam cultuadas, disputadas e apreciadas como são. Em 2013, um quadro de Van Gogh, o Pôr do Sol em Montmajour foi descoberto pelo Museu que leva o mesmo nome do autor da obra. Toda a imprensa mundial deu destaque à descoberta e o museu estimou receber mais de um milhão e duzentas mil pessoas para vê-lo no ano seguinte.  As orquestras sinfônicas se esmeram cada vez mais nas produções de clássicos e óperas, o cinema de arte está em evidência, as artes agora saem dos museus e vão para as calçadas e para as comunidades. Emissoras de TV dedicam programação exclusivamente sobre arte nos canais pagos. As produções teatrais buscam mais tecnologias para impressionarem seus públicos e textos clássicos e do teatro grego são adaptados para a linguagem atual. Você tem acompanhado tudo isso? Se não, é bom começar. A arte tem a capacidade de mudar as pessoas tornando-as mais sensíveis, mais críticas e com maior capacidade de discernimento do que é bom e do que é ruim. A arte nos leva aos caminhos da busca pela harmonia, pelo convívio, pela generosidade, pelo respeito e pela educação. É como se fosse um condutor que nos leva a uma vida melhor, com mais qualidade. Mas, enquanto fecharmos os nossos olhos para as artes, nos permitindo absorver somente o que se produz de pior a nossa volta, de simples digestão e vazio de conteúdo construtivo, vamos continuar em uma espiral de degradação da nossa sociedade, continuar a eleger os piores para nos governar, vamos ser coniventes com a falta de civilidade, a falta de respeito, a agressão, a transgressão das leis e a violência. Basta comparar a quantidade de museus e os milhões que os freqüentam no chamado Primeiro Mundo. Serão Primeiro Mundo por acaso? Acho que não. Estamos nos desenvolvendo como cidadãos que sabem conviver numa sociedade organizada? Também acho que não. Mas acredito na transformação do ser humano pela arte e, consequentemente, pela educação. E esta transformação pode começar por cada um de nós. Basta nos entregarmos às artes, ao conhecimento, à cultura e à educação. Sem preconceitos, sem achar que isso é coisa de gente soberba ou que se acha superior. E se você chegou até o final de meu texto, fico feliz. Você é capaz de mudar. Agora, corra e compre um bom livro, visite um museu e tente, pelo menos tente, ouvir uma sinfonia clássica. Você só tem a ganhar.


Paul Richard Ugo.

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