Quanto tempo faz que você não ouve uma sinfonia clássica?
Quando foi a última vez que visitou um museu para ver obras de arte? E livros?
Quantos você leu no último ano? Teatro? Quantas peças assistiu? As respostas
poderão ser inúmeras. Desde “não gosto de música clássica”, até “não tenho
tempo para ler”. As artes não existem por acaso. Elas são a expressão máxima do
intelecto humano, que exacerbam a realidade transmitindo ao espectador, alguma
emoção. Ao termos contato com a arte, deixamos que nossas emoções provoquem um
florescer de sentimentos que dão polimento à rudeza de nossas almas. Se não
fossem tão importantes, não seriam cultuadas, disputadas e apreciadas como são.
Em 2013, um quadro de Van Gogh, o Pôr do Sol em Montmajour foi descoberto pelo
Museu que leva o mesmo nome do autor da obra. Toda a imprensa mundial deu
destaque à descoberta e o museu estimou receber mais de um milhão e duzentas
mil pessoas para vê-lo no ano seguinte. As
orquestras sinfônicas se esmeram cada vez mais nas produções de clássicos e
óperas, o cinema de arte está em evidência, as artes agora saem dos museus e
vão para as calçadas e para as comunidades. Emissoras de TV dedicam programação
exclusivamente sobre arte nos canais pagos. As produções teatrais buscam mais
tecnologias para impressionarem seus públicos e textos clássicos e do teatro
grego são adaptados para a linguagem atual. Você tem acompanhado tudo isso? Se
não, é bom começar. A arte tem a capacidade de mudar as pessoas tornando-as
mais sensíveis, mais críticas e com maior capacidade de discernimento do que é
bom e do que é ruim. A arte nos leva aos caminhos da busca pela harmonia, pelo
convívio, pela generosidade, pelo respeito e pela educação. É como se fosse um
condutor que nos leva a uma vida melhor, com mais qualidade. Mas, enquanto
fecharmos os nossos olhos para as artes, nos permitindo absorver somente o que
se produz de pior a nossa volta, de simples digestão e vazio de conteúdo
construtivo, vamos continuar em uma espiral de degradação da nossa sociedade,
continuar a eleger os piores para nos governar, vamos ser coniventes com a
falta de civilidade, a falta de respeito, a agressão, a transgressão das leis e
a violência. Basta comparar a quantidade de museus e os milhões que os
freqüentam no chamado Primeiro Mundo. Serão Primeiro Mundo por acaso? Acho que
não. Estamos nos desenvolvendo como cidadãos que sabem conviver numa sociedade
organizada? Também acho que não. Mas acredito na transformação do ser humano
pela arte e, consequentemente, pela educação. E esta transformação pode começar
por cada um de nós. Basta nos entregarmos às artes, ao conhecimento, à cultura
e à educação. Sem preconceitos, sem achar que isso é coisa de gente soberba ou
que se acha superior. E se você chegou até o final de meu texto, fico feliz.
Você é capaz de mudar. Agora, corra e compre um bom livro, visite um museu e
tente, pelo menos tente, ouvir uma sinfonia clássica. Você só tem a ganhar.
Paul Richard Ugo.
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